Zelar por essa película protetora colada às nossas unhas ajuda a afastar diversas infecções. Saiba o jeito certo de conservá-la e evite problemas
por Lia Scheffer | Design Letícia Raposo | Fotos Eduardo Svezia
Foi-se o tempo em que manter as unhas bonitas e bem aparadas era uma preocupação meramente estética. Se a maioria das mulheres nunca deixou de prezar por elas, hoje cada vez mais homens procuram o salão de beleza para ficar com mãos mais asseadas. Acontece que, nessas horas, está em jogo (ou melhor, pode ser jogada fora) uma pequena parte do seu corpo que cumpre um papel nobre: afastar infecções. E a personagem dessa história, infelizmente, vem sendo relegada a segundo plano. É a cutícula. Esse delicado tecido, que une a pele do dedo à unha, funciona como uma barreira capaz de repelir qualquer invasor, por mais imperceptível que seja. Mas poucos lhe dão a devida importância. Pena.
“Sem a cutícula, a pele em volta da unha fica desprotegida, o que propicia a entrada de fungos e bactérias”, explica o dermatologista Luis Fernando Tovo, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Entre as infecções mais comuns estão aquelas provocadas por fungos dermatófitos, que adoram umidade e se alimentam de queratina — proteína endurecida encontrada na unha, na pele e nos cabelos. A mais recorrente em donas de casa e profissionais que se expõem constantemente à água é a paroníquia, conhecida como unheiro. “A paroníquia é uma inflamação crônica da pele ao redor das unhas, geralmente causada pela levedura Candida albicans ou, ocasionalmente, por bactérias”, define o dermatologista Ricardo Romiti, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Para evitar surpresas desagradáveis, desconfie caso sua unha se torne inchada, avermelhada, dolorida, esbranquiçada, opaca, amarelada, espessa, quebradiça ou descolada nas bordas — qualquer um desses sinais pode indicar uma infecção. “As micoses de unha acometem cerca de 20% da população adulta entre 40 e 60 anos”, estima a dermatologista Cristina Figueira de Mello, da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, no interior paulista.
Quanto antes diagnosticado o problema, melhor. O tratamento pode variar de pequenos cuidados — como o uso de luvas com forro de algodão para proteger as mãos contra a umidade — à ingestão de antifúngicos, que também podem ser utilizados sob a forma de cremes, pomadas, soluções e esmalte. “Para cada caso há uma indicação terapêutica. E a duração do tratamento depende de quanto a unha foi comprometida e se o paciente pode ou não fazer uso dessas medicações”, alerta Paulo Velho, professor de dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
Apesar dos riscos evidentes, não são poucos aqueles que insistem em eliminar essa película protetora. “Toda manicure é orientada a perguntar à cliente se ela quer que retire a cutícula. Tentamos convencê-las de que não é bom. Isso porque a unha fica suscetível a infecções, mas algumas insistem mesmo assim”, conta Cassiane Santos Silva, responsável pelo curso profissionalizante da Soho Academy, em São Paulo.
“Sem a cutícula, a pele em volta da unha fica desprotegida, o que propicia a entrada de fungos e bactérias”, explica o dermatologista Luis Fernando Tovo, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Entre as infecções mais comuns estão aquelas provocadas por fungos dermatófitos, que adoram umidade e se alimentam de queratina — proteína endurecida encontrada na unha, na pele e nos cabelos. A mais recorrente em donas de casa e profissionais que se expõem constantemente à água é a paroníquia, conhecida como unheiro. “A paroníquia é uma inflamação crônica da pele ao redor das unhas, geralmente causada pela levedura Candida albicans ou, ocasionalmente, por bactérias”, define o dermatologista Ricardo Romiti, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Para evitar surpresas desagradáveis, desconfie caso sua unha se torne inchada, avermelhada, dolorida, esbranquiçada, opaca, amarelada, espessa, quebradiça ou descolada nas bordas — qualquer um desses sinais pode indicar uma infecção. “As micoses de unha acometem cerca de 20% da população adulta entre 40 e 60 anos”, estima a dermatologista Cristina Figueira de Mello, da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, no interior paulista.
Quanto antes diagnosticado o problema, melhor. O tratamento pode variar de pequenos cuidados — como o uso de luvas com forro de algodão para proteger as mãos contra a umidade — à ingestão de antifúngicos, que também podem ser utilizados sob a forma de cremes, pomadas, soluções e esmalte. “Para cada caso há uma indicação terapêutica. E a duração do tratamento depende de quanto a unha foi comprometida e se o paciente pode ou não fazer uso dessas medicações”, alerta Paulo Velho, professor de dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
Apesar dos riscos evidentes, não são poucos aqueles que insistem em eliminar essa película protetora. “Toda manicure é orientada a perguntar à cliente se ela quer que retire a cutícula. Tentamos convencê-las de que não é bom. Isso porque a unha fica suscetível a infecções, mas algumas insistem mesmo assim”, conta Cassiane Santos Silva, responsável pelo curso profissionalizante da Soho Academy, em São Paulo.
O correto, no entanto, seria jamais removê-la. “No máximo, pode ser aparada de modo superficial. Retirá-la por completo, nunca”, orienta o dermatologista Hamilton Stolf, da Universidade Estadual de São Paulo, a Unesp, em Botucatu, no interior do estado. Para os teimosos de plantão, que optam por dar um sumiço nela, todo cuidado é pouco: a cutícula não deve ser empurrada em direção à pele de forma agressiva, por exemplo, caso contrário a região ficará inflamada, ainda que de maneira leve.
O famoso bife, ferida que vem à tona devido à extração de um naco a mais de pele pelo alicate, não só sangra como pode abrir as portas para os vírus das hepatites B e C. “Mas, para que ocorra a infecção viral, nosso sangue precisa ter contato com o sangue de alguma pessoa contaminada”, lembra Marcelo Litvoc, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Algo que a esterilização correta dos materais de manicure evitaria — daí ser essencial.
“Claro que o mais seguro seria cada um levar seu próprio kit de unhas. Os vírus da hepatite, por exemplo, continuam presentes no instrumento por até uma semana. Não dá para bobear”, alerta Litvoc (veja na página seguinte). Ter seus próprios materiais é ainda mais importante para quem costuma frequentar pequenos salões de bairro, que muitas vezes contam com técnicas menos modernas de higienização. Em estabelecimentos maiores e bem equipados, geralmente há mais proteção. Neles, a higienização costuma ser feita por meio da autoclave, esterilizador com vapor de alta pressão que garante a eliminação de quaisquer micro-organismos estranhos.
A remoção do esmalte, realizada antes da retirada da cutícula, também merece atenção. O uso contínuo de removedores, como a acetona, gera o ressecamento excessivo das unhas, tornando-as frágeis. “Uma alternativa é optar por produtos que amenizam esse ressecamento, como os compostos de álcool cetílico, lanolina e óleos sintéticos”, aconselha Cristina. E, para manter as unhas sempre hidratadas, abuse de cremes com silicone, ureia, colesterol, colágeno, ácido lático, fosfolipídios, glicerina e óleos minerais, como o de amêndoas. Além de beleza, elas esbanjarão saúde.
A cutícula é...
…o prolongamento da epiderme, a camada mais superficial da pele. Sua produção se dá na matriz ungueal — espécie de fábrica da unha.
O famoso bife, ferida que vem à tona devido à extração de um naco a mais de pele pelo alicate, não só sangra como pode abrir as portas para os vírus das hepatites B e C. “Mas, para que ocorra a infecção viral, nosso sangue precisa ter contato com o sangue de alguma pessoa contaminada”, lembra Marcelo Litvoc, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Algo que a esterilização correta dos materais de manicure evitaria — daí ser essencial.
“Claro que o mais seguro seria cada um levar seu próprio kit de unhas. Os vírus da hepatite, por exemplo, continuam presentes no instrumento por até uma semana. Não dá para bobear”, alerta Litvoc (veja na página seguinte). Ter seus próprios materiais é ainda mais importante para quem costuma frequentar pequenos salões de bairro, que muitas vezes contam com técnicas menos modernas de higienização. Em estabelecimentos maiores e bem equipados, geralmente há mais proteção. Neles, a higienização costuma ser feita por meio da autoclave, esterilizador com vapor de alta pressão que garante a eliminação de quaisquer micro-organismos estranhos.
A remoção do esmalte, realizada antes da retirada da cutícula, também merece atenção. O uso contínuo de removedores, como a acetona, gera o ressecamento excessivo das unhas, tornando-as frágeis. “Uma alternativa é optar por produtos que amenizam esse ressecamento, como os compostos de álcool cetílico, lanolina e óleos sintéticos”, aconselha Cristina. E, para manter as unhas sempre hidratadas, abuse de cremes com silicone, ureia, colesterol, colágeno, ácido lático, fosfolipídios, glicerina e óleos minerais, como o de amêndoas. Além de beleza, elas esbanjarão saúde.
A cutícula é...
…o prolongamento da epiderme, a camada mais superficial da pele. Sua produção se dá na matriz ungueal — espécie de fábrica da unha.
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